Seu corpo jazia ao dela, unidos pela dor de um
interminável amor. Seu lábio tocava o dele assim como o oceano podia tocar o fundo do
oriente, nós poderíamos chorar, mas apenas ela chorava. Seus braços
encontravam-se envolta do dele e suas asas estava aos pedaços, partidas pelo
mundo paralelo de seus olhos azuis-cobalto. Lágrimas
flutuavam ao redor dos corpos e ela não poderia morrer mais uma vez. “Eu te
amo”, dizia o bilhete amassado que ardia ao fogo da pequena lareira apagada que
antes possuíra as mãos suadas de Louise.
— Eu queria ter dito que não amava-te e
que não faria de nada para cuidar de você. Eu estava errada. Eu não sou Deus e
não poderia dizer nada disso sem machucar-te. Eu deveria ter dito essas
palavras antes que fosse tarde demais, você sabe do meu segredo e eu não
poderei estar com você agora, logo agora. Não chore, diga que me odeia, pois eu
sou a errada em dizer que te amava mesmo sabendo do meu erro. Você não está
mais comigo. Eu realmente te amo, John. — dizia entre soluços mórbidos, escassos.
Eu odiaria me arrepender assim, a
linha vermelha de seu destino fora decapitada pelo ódio mortal e sua tez era o
carvão, apenas.
Todos nós somos o sofrimento, somos seres nascidos para o sofrer de quem um dia talvez nos amou, somos seres desprovidos da verdade que lutam pelo fantasioso mundo de encantamento. Somos bonecos de panos; marionetes soltas por um cabo desnorteado.
Todos nós somos o sofrimento, somos seres nascidos para o sofrer de quem um dia talvez nos amou, somos seres desprovidos da verdade que lutam pelo fantasioso mundo de encantamento. Somos bonecos de panos; marionetes soltas por um cabo desnorteado.
— Incognição.