Desde o início fomos massacrados – amassados – nossos destinos foram
escritos à sangue e nossas canetas quebradas. Nossos deveres
estavam arranhados com as unhas de quem desejou o seu mal, o barulho tornou-se irritante em sua mente. “Mate. Peque. Ore. Peça. Implore. Você será meu”. Essas
palavras soavam harmoniosas aos meus ouvidos, alguém te quer e você nunca mais
estará sozinho. Siga esse caminho, no final, você estará pendurado à cinco
metros acima do chão, com uma corda em volta de seu pescoço, ardendo no inferno
ao lado de quem sempre te quis e implorando, assim como estava escrito. Não
chore, você sempre terá a presença dele ao seu lado, apenas
sussurre em meus ouvidos a sua derrota. Agora você está com medo, mas aguardo
um segundo para você cometê-lo. O ódio arde em meu coração. Eu matei e eu
pequei. Eu não orei, não pedi. Mas agora estou aqui, implorando, mas implorando
por mais sofrimento, mais cortes. Pelo prazer exercido sob suas
mãos incansáveis. Estava cansado de seguir as palavras de quem eu merecia, e eu
perdi. Os pecados são apenas as regras escritas entrelinhas de nossa assinatura
pingada com nosso sangue, as regras de um jogo sem fim. Um jogo que você nunca
sairá, nem mesmo sem alma. Mas agora, só resta você para saber qual o pecado
deverá cumprir. Já sabe?
— Incognição.