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sexta-feira, 20 de janeiro de 2012

Observadores.

Bang! Bang! Splash.
As armas chocaram-se ao chão e o coração de John estava em suas mãos.
A história nunca mudará.
O ventre postiço de um homem continuaria postiço, até que provassem ao contrário ou o preconceito cessasse. Seria impossível que a vida pudesse prevalecer diante de tanto sofrimento exercido pela comunidade, a aflição de não poder mudar o mundo ou de não poder ser igual a todos ao seu redor.

— S-Stefan... — O homem de nome pronunciado desabou sobre o corpo do que o chamava e ele pode ver que o mesmo o ouvia. — Se você realmente me ama, não chore. Lembre-se de nossas noites vazias no qual apenas nossas mãos estavam unidas nesse meio de escuridão; dos momentos no qual rimos e choramos juntos; daqueles em que eu pude me lambuzar de sua felicidade e gargalhar por suas palhaçadas. Lembre-se desse sorriso envergonhado que te fazia corar. — Apontou para o sorriso fraco que mostrava um bom pedaço de dente sugado pelo sangue e pode-se ouvir os sussurros baixos e apreensivos de seu acompanhante com poucos ferimentos. — Ainda pode me ouvir? Stefan? — Era tão bom ouvir seu nome saindo dos lábios, antes belos e carnudos, daquele ser intacto e em contato com o chão úmido. O amor o preenchia de tal forma que não conseguia parar de chorar. Os olhos de John levantaram um pouco, com dificuldade, até encontrar os de Stefan e observar que ele ainda ouvia. — Diga-me que me ama e poderei partir em paz. Diga que não estarei sozinho e eu direi o mesmo para você. Diga o que eu posso ouvir. Diga o que é preciso sentir quando se ama e é diferente. Diga que você me teve com o orgulho e eu te direi que seus beijos calorosos, seus abraços acolhedores e suas noites ao meu lado foram muito mais que o orgulho de te ter comigo...
John não conseguiu mais falar, suas palavras soavam mudas ao ouvido de Stefan.
— Eu te amo, John. Minha vida está incompleta mesmo quando te vejo partindo. Orarei e pedirei aos céus para servirem-te uma mesa de café-da-manhã que possa lhe satisfazer.— Antes que John pudesse pronunciar uma se quer palavra, Stefan colocou um dedo sobre os lábios do homem, pedindo o descanso da voz do mesmo. — Com passas. Prometo-te e afirmo tudo o que me pediu e perguntou. Afirmo muito mais e acredito que sem você minha vida não será nada. Nada. Um vazio completo e sem o amor. —Pegou a mão direita de John e juntou-a a dele, elevando-as ao coração. — Sente meus coração batendo fraco e forte ao mesmo tempo? — John assentiu — O fraco demonstra a parte de mim que morre hoje, aquela na qual os seus sentimentos estavam nele e o fazia explodir. Quando partir, essa parte partirá ao meio e será apenas um órgão esquisito e incompleto. A outra parte que ainda bate é aquela onde ainda está a esperança de te ter ao meu lado, em qualquer circunstância. Essa nunca parará.
John deu um sorriso de lado, frágil e apetitoso. Stefan ligou seus lábios ao do parceiro que partia, dando um selo cauteloso e de fechamento. Deixando sua saliva guardada em alguma parte do ser gélido e, agora, sem vida.
— Você será ardente que aparecerá em minha janela em todo amanhecer, o vento frio que baterá em minha face e a lua cheia que brilhará todos os dias em meu céu estrelado. E quando eu não ver a chuva ou a lua, verei que você é apenas a estrela mais brilhante do céu. Aquela que nunca me abandona. Delicada e pequena, mas a única que sempre resta no céu de cor arco-íris.
Stefan sorriu e uma lágrima pode ser solta de seus olhos grandes e cor de amêndoa.
“Saiba, meu filho, que as últimas lágrimas nunca saram. Chorarás em todos os dias, pois é assim que John estará contigo. Entre as folhas que renovam-se no outono, o orvalho imposto no inverno, a chuva fina da primavera e o suor pleno de um dia de verão.” 
Incognição.