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sexta-feira, 20 de janeiro de 2012

Apetitoso.

Meu sorriso estanca-se por minha face até hoje. Era bobo, mas era feliz. Tive a infância que poucos tiveram. Chorava muito, mas não por um alimento e sim por cortes bobos em meus joelhos. Eu sorria ao receber pequenos presentes de gratidão. Uma infância marcada por doces, desenhos, pipoca e muito amor. As crianças me amavam e até mesmo o adulto mais rabugento sedia a mim, brincava e sujava-me. Escorregava e pulava. Saboreava-me de bolachas. Minha barriga era redonda e recheada. 
Você pula. Eu choro. Você me quer. Eu choro. Você me morde. Eu choro. Você me empurra. Eu choro. Isso é um ciclo vicioso que só você não sabe.
Quando caia tinha quem me levantar e dizer que estava tudo bem. Quando eu chorava tinha quem limpar minhas lágrimas. Quando eu sorria tinha quem abrir um outro sorriso de contribuição. Quando eu sangrava tinha quem arrancar sua pele e tirar seu próprio sangue para favorecer-me. As pessoas se matam por mim. Nunca fui sozinho e disso você pode ter certeza. Mas eu sempre fui diferente e marcado pela infância. Eu não cresço.
Eu sou o chocolate. 
Incognição.