Sua face era celestial, seus olhos amargos e seus lábios sem expressão. Seus cabelos presos a uma máscara mostravam-se um pouco à amostra – eram de um tom de bronze, gracioso. Sentada sob um dos trocos ocos de uma cerejeira pronta a gritar sua derrota, declarava guerra ao seu subconsciente. O vento encontrava-se suave, mas ainda conseguia balançar a pequena cerejeira frágil. Os olhos aparentemente esmeraldas transpareciam saciados entre os buracos de uma máscara surrada, os mesmos olhos brilhavam sob o sangue do animal exposto ao chão, massacrado. Pobre mulher-maravilha. Nesse momento, o tronco se destroçou ao chão e ela, em posição de uma boa predadora, segurava-se ao cordeiro. Louise não era vilã de histórias em quadrinho nem mesmo de desenhos animados ou de falas de filmes dublados e condecorados. Ela era real, assim como os demônios e os anjos. Não precisa de poderes para sobreviver, mas ainda assim possuía muitos. Causava o medo na mente humana de qualquer idiota barrado em boates ou de qualquer ninfomaníaco clamando pelo sexo em um motel surrado. Ela o exterminava durante um prazer. Seus lábios brilhavam sob o batom vermelho-vivo. Não precisa de uma identidade, mas a utiliza sob os mantos de quem um dia matou. Espere por uma boa ajuda em uma madrugada sem sol, chame-a pelo nome, mas você nunca a pegará.
— Incognição.
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