sexta-feira, 20 de janeiro de 2012

Prática.

Ela gritava, eu ria; ela implorava, eu era difícil; ela não dormia, eu a torturava. Apenas quero testar meus métodos pegos em pequenas páginas amassadas e agora jogadas no lixo, quero botá-los em prática. Não quero ser criativo, quero matar. Torturar e decapitar. Quero sentir na tez a harmonia que os outros sentem ao matar.
Meus olhos brilham, o ódio arde em mim, o jogo só está começando. 
— Cuide-se, minha querida amada.
O ferro agora prendia em suas pálpebras frágeis e ela nem conseguiu gritar. Arranque-as. Lá estava o lago ao meu lado, o céu brilhava como nunca e agora eu enxergava. “Deite-a de costas, imobilize-a, sua cabeça inclinada” dizia nas páginas que eu mesmo escrevera e todos jogaram ao lixo, como se meu trabalho fosse apenas isto.
Ela agora não tinha vida, suas vias respiratórias foram afogadas pela amargura de quem um dia a amou. Afogamento sem culpados. Levantei-me, pregos agora estavam estampados sob meus ossos quebrados, agora sorria com o sangue que escorria pela lateral de meus lábios, o sangue era sensato. 
Você não sabe o que sinto. Não sabe o que posso fazer. Apenas sinta o medo que corre em suas veias já sem vida. Seu sangue agora me serve e está sendo usado.
Incognição.

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