sexta-feira, 20 de janeiro de 2012

Escrever.

Os fios de luz invadiam o pequeno Café onde o que combinava agora eram apenas as palavras impostas aos teclados e o café marcado à mesa. O nervoso lhe invadia a mente e os sotaques britânicos invadiam sua mente inanimada. As palavras presas à garganta de certa forma que era incapacitada de pronunciá-las. Tudo era tão estranho; O mundo não era a Terra quando se tratava de velhos e belos escritores. Em sua mente as borboletas nadavam com escamas velozes e as baleias voavam com asas esperançosas. 
A caneta flopava ao seu escritório encaixando-se ao meio de velhas papeladas manchadas ao café que à acordava todas as vezes durante vários frutos de revoltas entre palavras soltas em sua mente; sem poder se expressar dentre o papel e a pena manchada. A estante bagunçada tornava à ter livros de sua autoria arrumados e diversos outros derrubados ao chão e marcados nas partes mais ferozes de seus pensamentos insanos.
O barulho dos carros e das buzinas estridentes despertavam-na a distração; as batidas de panelas e os gritos de pedidos permitiam-na que socasse sua mente tentando pensar. O som pesado que saia do rádio só trazia notícias exasperas e músicas sem a criatividade imposta aos pensamentos.

— Querida, porque insiste todos os dias em estar aqui? — A garçonete insistia em perguntar-lhe todos os dias, por mais que sempre recebesse a mesma resposta — Eu precisaria de um dom sobrenatural para poder expressar minhas ideias em um simples teclado, ainda mais nesse horário, só se vê o movimento.
— Eu escrevo. Escrevo a derrota de meus dias monótonos e os saqueares distantes de meus ouvidos, mas que mesmo assim consigo ouvir. Consigo pronunciar cada palavra dita em seus pensamentos em simples palavras, em simples discórdias ligadas ao nada.
— Acredito que seja difícil com esses barulhos horríveis, porque não escreve em outro lugar?
— Eu não preciso de outro lugar, me sinto presa a este. 
— Isso é bom?
— Depende. O que é o bom para você?
— O bom é aquilo que me agrada, aquilo que consigo fazer sem distrações, aquilo que se torna presente e distante. Tudo aquilo que está perto do que consigo.
— Então não é bom. É o horrível descrito como o bom. Somos marionetes ingratas que amam escrever, presas às palavras. Ao futuro de um bom escritor.
— Não entendo. — Pronunciou as palavras tão mal descritas que conseguia flopar sobre o nada.
— Ninguém nunca entende um escritor. Somos apenas almas indescritíveis, insensatas. Somos diferentes iguais. Somos o tudo e o nada. Somos o futuro do país e 
o presente do prazer. Somos apenas velhos escritores esquecidos por palavras sem prece.

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