sexta-feira, 28 de dezembro de 2012

Quando eu tinha 17 anos, li uma frase que era algo assim: “Se você viver cada dia como se fosse o último, um dia ele realmente será o último.” Aquilo me impressionou, e desde então, nos últimos 33 anos, eu olho para mim mesmo no espelho toda manhã e pergunto: “Se hoje fosse o meu último dia, eu gostaria de fazer o que farei hoje?” E se a resposta é “não” por muitos dias seguidos, sei que preciso mudar alguma coisa. Lembrar que estarei morto em breve é a ferramenta mais importante que já encontrei para me ajudar a tomar grandes decisões. Porque quase tudo — expectativas externas, orgulho, medo de passar vergonha ou falhar — caem diante da morte, deixando apenas o que é apenas importante. Não há razão para não seguir o seu coração. Lembrar que você vai morrer é a melhor maneira que eu conheço para evitar a armadilha de pensar que você tem algo a perder.
Steve Jobs.

terça-feira, 25 de dezembro de 2012

“I think when it’s all over it just comes back as flashes, you know? It’s like a kaleidoscope of memories, and it just all comes back, but he never does. I think a part of me knew the second I saw him this would happen, it’s not really anything he said, or anything he did, it was the feeling that came along with it - and the crazy thing is, is I don’t know if I’m ever gonna feel that way again - but I don’t know if I should. His world moved too fast and burned too bright - but I just thought, “How can the devil be pulling you towards someone who looks so much like an angel when he smiles at you?” Maybe he knew that when he saw me. I guess I just lost my balance. I think that the worst part of it all wasn’t losing him, it was losing me.
— I knew you were trouble, Taylor Swift.

domingo, 23 de dezembro de 2012

A morte, por si só, é uma piada pronta.
Morrer é ridículo.
Você combinou de jantar com a namorada, está em pleno tratamento dentário, tem planos pra semana que vem, precisa autenticar um documento em cartório, colocar gasolina no carro e no meio da tarde morre. Como assim?
E os e-mails que você ainda não abriu, o livro que ficou pela metade, o telefonema que você prometeu dar à tardinha para um cliente?
Não sei de onde tiraram esta ideia: MORRER!!!
A troco? Você passou mais de 10 anos da sua vida dentro de um colégio estudando fórmulas químicas que não serviriam pra nada, mas se manteve lá, fez as provas, foi em frente. Praticou muita educação física, quase perdeu o fôlego, mas não desistiu. Passou madrugadas sem dormir para estudar pro vestibular mesmo sem ter certeza do que gostaria de fazer da vida, cheio de dúvidas quanto à profissão escolhida, mas era hora de decidir, então decidiu, e mais uma vez foi em frente...
De uma hora pra outra, tudo isso termina numa colisão na freeway, numa artéria entupida, num disparo feito por um delinquente que gostou do seu tênis.
Qual é?
Morrer é um chiste.
Obriga você a sair no melhor da festa sem se despedir de ninguém, sem ter dançado com a garota mais linda, sem ter tido tempo de ouvir outra vez sua música preferida.
Você deixou em casa suas camisas penduradas nos cabides, sua toalha úmida no varal, e penduradas também algumas contas.
Os outros vão ser obrigados a arrumar suas tralhas, a mexer nas suas gavetas, a apagar as pistas que você deixou durante uma vida inteira.
Logo você, que sempre dizia: das minhas coisas cuido eu.
Que pegadinha macabra: você sai sem tomar café e talvez não almoce, caminha por uma rua e talvez não chegue na próxima esquina, começa a falar e talvez não conclua o que pretende dizer.
Não faz exames médicos, fuma dois maços por dia, bebe de tudo, curte costelas gordas e mulheres magras e morre num sábado de manhã.
Isso é para ser levado a sério? Tendo mais de cem anos de idade, vá lá, o sono eterno pode ser bem-vindo. Já não há mesmo muito a fazer, o corpo não acompanha a mente, e a mente também já rateia, sem falar que há quase nada guardado nas gavetas.
Ok, hora de descansar em paz.
Mas antes de viver tudo? Morrer cedo é uma transgressão, desfaz a ordem natural das coisas. Morrer é um exagero.
E, como se sabe, o exagero é a matéria-prima das piadas. Só que esta não tem graça.
Por isso viva tudo que há para viver.
Não se apegue as coisas pequenas e inúteis da vida. Perdoe... Sempre!
Pedro Bial.

quinta-feira, 20 de dezembro de 2012

Homossexualismo.

Bang! Bang! Splash.
As armas chocaram-se ao chão e o coração de John estava em suas mãos.
A história nunca mudará.
O ventre postiço de um homem continuaria postiço, até que provassem ao contrário ou o preconceito cessasse. Seria impossível que a vida pudesse prevalecer diante de tanto sofrimento exercido pela comunidade, a aflição de não poder mudar o mundo ou de não poder ser igual a todos ao seu redor.

— S-Stefan... — O homem de nome pronunciado desabou sobre o corpo do que o chamava e ele pode ver que o mesmo o ouvia. — Se você realmente me ama, não chore. Lembre-se de nossas noites vazias no qual apenas nossas mãos estavam unidas nesse meio de escuridão; dos momentos no qual rimos e choramos juntos; daqueles em que eu pude me lambuzar de sua felicidade e gargalhar por suas palhaçadas. Lembre-se desse sorriso envergonhado que te fazia corar. — Apontou para o sorriso fraco que mostrava um bom pedaço de dente sugado pelo sangue e pode-se ouvir os sussurros baixos e apreensivos de seu acompanhante com poucos ferimentos. — Ainda pode me ouvir? Stefan? — Era tão bom ouvir seu nome saindo dos lábios, antes belos e carnudos, daquele ser intacto e em contato com o chão úmido. O amor o preenchia de tal forma que não conseguia parar de chorar. Os olhos de John levantaram um pouco, com dificuldade, até encontrar os de Stefan e observar que ele ainda ouvia. — Diga-me que me ama e poderei partir em paz. Diga que não estarei sozinho e eu direi o mesmo para você. Diga o que eu posso ouvir. Diga o que é preciso sentir quando se ama e é diferente. Diga que você me teve com o orgulho e eu te direi que seus beijos calorosos, seus abraços acolhedores e suas noites ao meu lado foram muito mais que o orgulho de te ter comigo...

John não conseguiu mais falar, suas palavras soavam mudas ao ouvido de Stefan.

— Eu te amo, John. Minha vida está incompleta mesmo quando te vejo partindo. Orarei e pedirei aos céus para servirem-te uma mesa de café-da-manhã que possa lhe satisfazer. — Antes que John pudesse pronunciar uma se quer palavra, Stefan colocou um dedo sobre os lábios do homem, pedindo o descanso da voz do mesmo. — Com passas. Prometo-te e afirmo tudo o que me pediu e perguntou. Afirmo muito mais e acredito que sem você minha vida não será nada. Nada. Um vazio completo e sem o amor. —Pegou a mão direita de John e entrelaçou à sua, elevando-as ao coração. — Sente meus coração batendo fraco e forte ao mesmo tempo? — John assentiu — O fraco demonstra a parte de mim que morre hoje, aquela na qual os seus sentimentos estavam nele e o fazia explodir. Quando partir, essa parte partirá ao meio e será apenas um órgão esquisito e incompleto. A outra parte que ainda bate é aquela onde ainda está a esperança de te ter ao meu lado, em qualquer circunstância. Essa nunca parará.

John deu um sorriso de lado, frágil e apetitoso. Stefan ligou seus lábios ao do parceiro que partia, dando um selo cauteloso e de fechamento. Deixando sua saliva guardada em alguma parte do ser gélido e, agora, sem vida.

— Você será ardente que aparecerá em minha janela em todo amanhecer, o vento frio que baterá em minha face e a lua cheia que brilhará todos os dias em meu céu estrelado. E quando eu não ver a chuva ou a lua, verei que você é apenas a estrela mais brilhante do céu. Aquela que nunca me abandona. Delicada e pequena, mas a única que sempre resta no céu de cor arco-íris.

Stefan sorriu e uma lágrima pode ser solta de seus olhos grandes e cor de amêndoa.
“Saiba, meu filho, que as últimas lágrimas nunca saram. Chorarás em todos os dias, pois é assim que John estará contigo. Entre as folhas que renovam-se no outono, o orvalho imposto no inverno, a chuva fina da primavera e o suor pleno de um dia de verão.”
Incognição.
Apaixone-se por alguém que te curte, que te espere, que te compreenda mesmo na loucura; por alguém que te ajude, que te guie, que seja teu apoio, tua esperança. Apaixone-se por alguém que volte para conversar com você depois de uma briga, depois do desencontro, por alguém que caminhe junto a ti, que seja teu companheiro. Apaixone-se por alguém que sente sua falta e que queira estar com você. Não apaixone-se apenas por um corpo ou por um rosto; ou pela ideia de estar apaixonado.
Desconhecido.
Não sei se a vida é curta ou longa para nós, mas sei que nada do que vivemos tem sentido, se não tocarmos o coração das pessoas.
Muitas vezes basta ser: colo que acolhe, braço que envolve, palavra que conforta, silencio que respeita, alegria que contagia, lágrima que corre, olhar que acaricia, desejo que sacia, amor que promove.
E isso não é coisa de outro mundo, é o que dá sentido à vida. É o que faz com que ela não seja nem curta, nem longa demais, mas que seja intensa, verdadeira, pura enquanto durar. Feliz aquele que transfere o que sabe e aprende o que ensina.
Cora Coralina.

segunda-feira, 10 de dezembro de 2012

Depois de meses, eu me pego sentindo sua falta. Tenho pensado muito em você esses dias e não tenho certeza se estou com saudades ou sem algo melhor pra me ocupar os pensamentos. Como era bom o que a gente tinha. E eu queria ser telepata só pra saber se você pensa em mim, de vez em quando, lembra da gente também. Se foi tudo isso pra nós dois ou eu colori demais. E eu odeio essa tendência das histórias à virarem um nada. Eu odeio a transformação brusca da presença intensa em total ausência, sem que se tenha tempo de protestar ou período de adaptação. Acho injusto o amor ser finalizado e levar com ele, de pirraça, os espaços pra qualquer outro tipo de relação. Conhecer uma pessoa incrível tão de perto e ver ela virando um estranho, tão de longe. Pensei, repensei, lutei muito pra não te mandar uma mensagem, singela, realmente sem segundas intenções. Relutei, porque pode parecer, pra muita gente, uma tentativa patética de reconciliação, minhas amigas desaprovam e porque, pior, pode parecer isso pra você também. Mas você sabe que pensar ou não pensar não adianta muito, porque não costumo deixar passar vontade e você me conhece bem. Então, queria te dizer que virei a noite lendo um livro e o personagem principal me lembra tanto você, é incrível. Ele é você e me faz ter tanta saudade de tudo. Mas isso já não é da sua conta, enfim. Saudade não é vontade de tentar de novo e eu tô só dando um oi, que é pra você não sumir assim. Pra vê se lembra o que um amigo faz e, de vez em quando, vem contar a vida pra mim. Um oi, você sabe, só pra lembrar que eu tô aqui. Amigos, não era isso?
Marcella Fernanda.