quarta-feira, 23 de janeiro de 2013
"É fácil amar o outro na mesa de bar, quando o papo é leve, o riso é farto, e o chopp é gelado. É fácil amar o outro nas férias de verão, no churrasco de domingo, nas festas agendadas no calendário, quando se vê de vez em quando. Difícil é amar quando o outro desaba. Quando não acredita em mais nada. E entende tudo errado. E paralisa. E perde o charme. O prazo. A identidade. A coerência. O rebolado. Nessas horas é que se vê o verdadeiro amor, aquele que é companheiro, que quer o bem acima de qualquer coisa. E é esse o amor que dura pra sempre. Na verdade esse é o único que pode ser chamado de amor."
sexta-feira, 18 de janeiro de 2013
Aí você ouve aquela música que costumava ser apenas uma música. E repara que a letra que sempre foi a mesma te faz lembrar de coisas que já não são como costumavam ser. E pensa em mudar de música, mas quer provar para si mesmo que é forte o suficiente para conviver com as lembranças. E ouve... E canta junto... E volta a música... E pensa em mandar um trecho dela por SMS, ou postar uma indireta musical no facebook, mas não faz nada, apenas ouve. E aceita o fato de que aquela música que costumava ser apenas uma música, agora é também um pedaço musicalizado do seu passado. E se pergunta se haveria alguém em algum lugar, alguma noite ou em algum desses momentos de descuido que se põem o celular para tocar no aleatório ouvindo a mesma música. E volta a música mais uma vez, para imaginar as possíveis reações da pessoa ouvindo a mesma música. E ri de si mesmo, e disfarça como se tivesse alguém por perto, mas não tem. E justamente por isso não se inibe e coloca pra tocar mais uma vez a música. Aquela, que costumava ser apenas uma música...
sexta-feira, 11 de janeiro de 2013
Dois anos.
Queria que o passado ainda estivesse preso em meu futuro; queria poder segurar a farda que eu carreguei desde o início, mas eu não queria usá-la; queria poder dizer que tudo fora apenas um sonho acordado; queria dizer que os gritos e choros foram apenas um engano sonoro; queria que a terra caindo fosse apenas uma miragem. Queria poder dizer adeus àquele momento e continuar. Normalmente. Sorrindo e imaginando como seria o dia seguinte, sem ter o medo preso em meu coração. Queria flutuar, assim como as borboletas, antigamente, ainda faziam ao meu redor.
O sorriso estampado nas faces absortas e as lágrimas só servindo de fuga para a tristeza, apenas demonstrando a felicidade exposta sobre os corações arrebatadores.
Nesse momento, talvez o monótono fosse necessário. O que acha de retornarmos ao passado e trazer o clichê de volta? Será que tudo voltaria ao normal? Eu espero.
Brancos, negros, pobres, ricos, diferentes, iguais e felizes - todos iguais. Honestidade sem máscaras e tudo trago ao redor; tudo muito dividido.
Agora eu gostaria apenas de ver os olhos daquela criança brilhando, seus pensamentos imaginários trazendo os "porquês" e seus dentes-de-leite ainda à amostra. Aquelas lágrimas não podiam permanecer em sua face de boneco, poderíamos rir juntos.
Não quero seguir o diferente, apenas necessito do passado de volta. Preciso resgatar a felicidade e dispensar as horas extras feitas pela morte e pela tristeza. Seguir em frente e não olhar os estragos. Denunciar o errado e seguir o certo. Poder ajudar quem não pode fugir, todos somos vítimas, mas por dentro apenas alguns podem sentir a dor que posso possuir, junto com outras pessoas. Será mesmo que aquele ser invisível mostra seu sorriso e está bem? Quero tudo como era antes, eliminar a desgraça e costurar meu coração de volta ao local de onde ele partiu-se. Parece que ele não quer retornar.
O sorriso estampado nas faces absortas e as lágrimas só servindo de fuga para a tristeza, apenas demonstrando a felicidade exposta sobre os corações arrebatadores.
Nesse momento, talvez o monótono fosse necessário. O que acha de retornarmos ao passado e trazer o clichê de volta? Será que tudo voltaria ao normal? Eu espero.
Brancos, negros, pobres, ricos, diferentes, iguais e felizes - todos iguais. Honestidade sem máscaras e tudo trago ao redor; tudo muito dividido.
Agora eu gostaria apenas de ver os olhos daquela criança brilhando, seus pensamentos imaginários trazendo os "porquês" e seus dentes-de-leite ainda à amostra. Aquelas lágrimas não podiam permanecer em sua face de boneco, poderíamos rir juntos.
Não quero seguir o diferente, apenas necessito do passado de volta. Preciso resgatar a felicidade e dispensar as horas extras feitas pela morte e pela tristeza. Seguir em frente e não olhar os estragos. Denunciar o errado e seguir o certo. Poder ajudar quem não pode fugir, todos somos vítimas, mas por dentro apenas alguns podem sentir a dor que posso possuir, junto com outras pessoas. Será mesmo que aquele ser invisível mostra seu sorriso e está bem? Quero tudo como era antes, eliminar a desgraça e costurar meu coração de volta ao local de onde ele partiu-se. Parece que ele não quer retornar.
— Incognição.
quarta-feira, 9 de janeiro de 2013
Meu futuro anjo da guarda.
As lágrimas já conhecem todo o trajeto que você alcançou em minha face e as coisas ao meu redor tendem a te ter por perto e imaginar cada sorriso bobo que você dava para mim nas horas mais difíceis ou então das palavras que você soltava quando estava bravo com o que fazia.
Olho as suas fotos e lembro de cada momento, minhas memórias de criança voltaram à tona.
Neste momento desejava não brigar com você e queria que as últimas palavras que lembro de você não sejam só as brigas, quero que eu enxergue as palavras que usou enquanto pensava em mim, enquanto lutava com a morte. Em toda parte que ando sinto seu cheiro – aquele aroma que eu sempre amei e dizia que queria para mim, que dava vontade de morder você por isso. Seus abraços fortes eu ainda consigo sentir, tenho a certeza de que seu coração ainda bate ao meu lado, em alma, mas bate em sintonia com o meu.
Tenho a certeza que você está chorando por nós e quer tanto falar que está tudo bem, que nenhuma lágrima deveria ser solta por minha face. Porém, não dá. Sinto minhas pernas frágeis e minha voz trêmula.
Eu não queria estar assim. Queria poder sorrir e não ter teimado o quão vivo você ainda está, mas já é tarde, a terra te arrastou como uma semente de girassol e, por enquanto, eu sou o sol que te fortalece, mas logo, você será o sol e eu o girassol frágil e que arrepende-se muito de não ter dito o quanto te amava antes de partir, já que sei que você disse, ou pensou, isso antes de tudo.
Sei o quanto mudou para me fazer feliz e eu não pude mudar nada – só piorei. Sinto-me uma idiota orgulhosa.
Somos tão iguais que a saudade bate e fica. Olho meu reflexo no espelho e te vejo ali – tendendo à sentir meus olhos lacrimejarem e as silhuetas embaçadas ao meu redor. Sinto suas palavras grossas e sinceras, seu espírito de coragem em salvar quem salvou.
Transformou sua vida em pó para salvar outra vida – você deu seu ar pelos outros e salvou um bebê. Você é o meu herói. Deixou o orgulho em mim e a saudade. Só não me conforto em saber que não está mais comigo, por que os dois não viveram? Eu sentia que você era imortal, o meu eterno super-homem invensível – de pulsos de ferro. Sinto a dor que sentiu enquanto quilos de tijolos jogaram-se contra você e imagino o quanto você pensou em mim antes de partir. O quanto pediu por nossas vidas. Teimando em que sejamos felizes. Isso é quase impossível, mas eu farei de tudo pelo meu eterno campeão. Juro que tentarei ser o mais forte possível, mas não prometo que não desabarei em uma data em que você era o especial. Em meus natais olharei o céu e lembrarei que nós contávamos as estrelas; meus dias dos pais e seu aniversário serão horríveis, estarei encolhida em minha cama e as lágrimas com certeza irão rolar sem tempo de término.
Tentarei não chorar mais de cem mil litros por dia (você, mais do que ninguém, sabe o quão dramática posso ser), pode brigar comigo se eu passar – Isso me reconfortará tanto.
Seus choros agora se tornarão mudos já que está ao lado de quem chorava, mas tenho a certeza de que estarão fortes ao pé de meu ouvido. Sinto o colo de sua avó te confortando e as lágrimas unidas.
Tenho a certeza de que você ouve meus pedidos e está sorrindo por ter conseguido.
A sensação é tão horrível, quero tanto te ver e queria que minha esperança de te ter vivo, depois de encontrado, tivesse dado certo. Eu prometi que se tivesse vivo eu te agarraria e nunca mais te soltaria. Nunca mais. Apareça e torne meu sonho realidade, por mais que seja só em alma.
Aceito a sua visita todas as noites em meu quarto.
Olhe por mim, olhe por todos. Seja meu anjo da guarda, pai. Eu lhe imploro.
Diga-me: Por que as últimas lágrimas demoram tanto para sarar, papai? Por quê? Cure minhas lágrimas? Apareça para mim todas as noites e me faça dormir com suas mãos de anjo salvador?
Eu o amo e a dor nunca se apagará.
Erga suas asas e voe como um passarinho. Porém, peço que olhe por mim e mostre-me como está, acredito que isso não seja tão egoísta.
Olho as suas fotos e lembro de cada momento, minhas memórias de criança voltaram à tona.
Neste momento desejava não brigar com você e queria que as últimas palavras que lembro de você não sejam só as brigas, quero que eu enxergue as palavras que usou enquanto pensava em mim, enquanto lutava com a morte. Em toda parte que ando sinto seu cheiro – aquele aroma que eu sempre amei e dizia que queria para mim, que dava vontade de morder você por isso. Seus abraços fortes eu ainda consigo sentir, tenho a certeza de que seu coração ainda bate ao meu lado, em alma, mas bate em sintonia com o meu.
Tenho a certeza que você está chorando por nós e quer tanto falar que está tudo bem, que nenhuma lágrima deveria ser solta por minha face. Porém, não dá. Sinto minhas pernas frágeis e minha voz trêmula.
Eu não queria estar assim. Queria poder sorrir e não ter teimado o quão vivo você ainda está, mas já é tarde, a terra te arrastou como uma semente de girassol e, por enquanto, eu sou o sol que te fortalece, mas logo, você será o sol e eu o girassol frágil e que arrepende-se muito de não ter dito o quanto te amava antes de partir, já que sei que você disse, ou pensou, isso antes de tudo.
Sei o quanto mudou para me fazer feliz e eu não pude mudar nada – só piorei. Sinto-me uma idiota orgulhosa.
Somos tão iguais que a saudade bate e fica. Olho meu reflexo no espelho e te vejo ali – tendendo à sentir meus olhos lacrimejarem e as silhuetas embaçadas ao meu redor. Sinto suas palavras grossas e sinceras, seu espírito de coragem em salvar quem salvou.
Transformou sua vida em pó para salvar outra vida – você deu seu ar pelos outros e salvou um bebê. Você é o meu herói. Deixou o orgulho em mim e a saudade. Só não me conforto em saber que não está mais comigo, por que os dois não viveram? Eu sentia que você era imortal, o meu eterno super-homem invensível – de pulsos de ferro. Sinto a dor que sentiu enquanto quilos de tijolos jogaram-se contra você e imagino o quanto você pensou em mim antes de partir. O quanto pediu por nossas vidas. Teimando em que sejamos felizes. Isso é quase impossível, mas eu farei de tudo pelo meu eterno campeão. Juro que tentarei ser o mais forte possível, mas não prometo que não desabarei em uma data em que você era o especial. Em meus natais olharei o céu e lembrarei que nós contávamos as estrelas; meus dias dos pais e seu aniversário serão horríveis, estarei encolhida em minha cama e as lágrimas com certeza irão rolar sem tempo de término.
Tentarei não chorar mais de cem mil litros por dia (você, mais do que ninguém, sabe o quão dramática posso ser), pode brigar comigo se eu passar – Isso me reconfortará tanto.
Seus choros agora se tornarão mudos já que está ao lado de quem chorava, mas tenho a certeza de que estarão fortes ao pé de meu ouvido. Sinto o colo de sua avó te confortando e as lágrimas unidas.
Tenho a certeza de que você ouve meus pedidos e está sorrindo por ter conseguido.
A sensação é tão horrível, quero tanto te ver e queria que minha esperança de te ter vivo, depois de encontrado, tivesse dado certo. Eu prometi que se tivesse vivo eu te agarraria e nunca mais te soltaria. Nunca mais. Apareça e torne meu sonho realidade, por mais que seja só em alma.
Aceito a sua visita todas as noites em meu quarto.
Olhe por mim, olhe por todos. Seja meu anjo da guarda, pai. Eu lhe imploro.
Diga-me: Por que as últimas lágrimas demoram tanto para sarar, papai? Por quê? Cure minhas lágrimas? Apareça para mim todas as noites e me faça dormir com suas mãos de anjo salvador?
Eu o amo e a dor nunca se apagará.
Erga suas asas e voe como um passarinho. Porém, peço que olhe por mim e mostre-me como está, acredito que isso não seja tão egoísta.
— Incognição. (Quase dois anos atrás)
terça-feira, 8 de janeiro de 2013
As vezes eu penso: a gente briga pra ter paz; a gente chora pra poder sorrir; a gente grita, as vezes, porque a gente quer que as pessoas ouçam o que a gente canta; a gente vive pelos que se foram, a gente morre pelos que ainda estão aqui. E eu sinto que as vezes a gente precisa dar de cara com o muro mesmo, a gente precisa ver no horizonte o fim da linha, até que um auge e desespero a gente apalpa a nossas próprias costas e vê nelas um surgimento de um par de asas. É nessa hora que a gente percebe que enquanto a gente acreditar nisso tudo que a gente faz, colocar cada gota do nosso sangue, nosso suor, nisso que a gente faz, e continuar fazendo isso, enquanto houverem forças, o que a gente tem nas nossas mãos, é infinito.
— Não sei quem é o(a) autor(a).
TUDO CULTURAL: Fuga(z)
TUDO CULTURAL: Fuga(z): (D)escrever é uma maldição. Tenho uma péssima memória. Lembro de tudo detalhadamente. Lembro da minha última ida ao centro da cidade. L...
sexta-feira, 28 de dezembro de 2012
Quando eu tinha 17 anos, li uma frase que era algo assim: “Se você viver cada dia como se fosse o último, um dia ele realmente será o último.” Aquilo me impressionou, e desde então, nos últimos 33 anos, eu olho para mim mesmo no espelho toda manhã e pergunto: “Se hoje fosse o meu último dia, eu gostaria de fazer o que farei hoje?” E se a resposta é “não” por muitos dias seguidos, sei que preciso mudar alguma coisa. Lembrar que estarei morto em breve é a ferramenta mais importante que já encontrei para me ajudar a tomar grandes decisões. Porque quase tudo — expectativas externas, orgulho, medo de passar vergonha ou falhar — caem diante da morte, deixando apenas o que é apenas importante. Não há razão para não seguir o seu coração. Lembrar que você vai morrer é a melhor maneira que eu conheço para evitar a armadilha de pensar que você tem algo a perder.
— Steve Jobs.
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