terça-feira, 31 de julho de 2012

— Só sei que nós nos amamos muito…
 Por que você está usando o verbo no presente? você ainda me ama?
— Não, eu falei no passado!
 Curioso né? é a mesma conjugação.
 Que língua doida! quer dizer que nós estamos condenados a amar para sempre?
— E não é o que acontece? digo, nosso amor nunca acaba, o que acaba são as relações…
— Pensar assim me assusta.
— Por quê? você acha isso ruim?
— É que nessas coisas de amor eu sempre dôo demais…
— Você usou o verbo "doer" ou "doar"?
(pausa)
— Pois é, também dá no mesmo…

Caio Fernando Abreu.

terça-feira, 24 de julho de 2012

É proibido.

É proibido chorar sem aprender,
Levantar-se um dia sem saber o que fazer
Ter medo de suas lembranças.

É proibido não rir dos problemas
Não lutar pelo que se quer,
Abandonar tudo por medo,

Não transformar sonhos em realidade.
É proibido não demonstrar amor
Fazer com que alguém pague por tuas dúvidas e mau-humor.
É proibido deixar os amigos

Não tentar compreender o que viveram juntos
Chamá-los somente quando necessita deles.
É proibido não ser você mesmo diante das pessoas,
Fingir que elas não te importam,

Ser gentil só para que se lembrem de você,
Esquecer aqueles que gostam de você.
É proibido não fazer as coisas por si mesmo,
Não crer em Deus e fazer seu destino,

Ter medo da vida e de seus compromissos,
Não viver cada dia como se fosse um último suspiro.
É proibido sentir saudades de alguém sem se alegrar,

Esquecer seus olhos, seu sorriso, só porque seus caminhos se
desencontraram,
Esquecer seu passado e pagá-lo com seu presente.
É proibido não tentar compreender as pessoas,
Pensar que as vidas deles valem mais que a sua,

Não saber que cada um tem seu caminho e sua sorte.
É proibido não criar sua história,
Deixar de dar graças a Deus por sua vida,

Não ter um momento para quem necessita de você,
Não compreender que o que a vida te dá, também te tira.
É proibido não buscar a felicidade,

Não viver sua vida com uma atitude positiva,
Não pensar que podemos ser melhores,
Não sentir que sem você este mundo não seria igual.
Pablo Neruda.

segunda-feira, 16 de julho de 2012

Esquecer.


É ruim quando você percebe que falta algo em você e sabe exatamente o que é. Às vezes é mais fácil quando não fazemos ideia do por que.
É incrível como você só percebe o quanto uma pessoa é importante depois que a perde. Você percebe que gosta mais do que já pensou em gostar. Parece ainda mais forte que todas as outras vezes e você ainda tenta lutar para que as coisas continuem bem. É bem péssima essa dor que você não sabe bem de onde vem, é um tanto dolorosa e, ao mesmo tempo, é algo bom.
Eu gostaria de fingir que não me importo e me afastar como das outras vezes que isso já ocorreu, mas dessa vez realmente não dá.
Eu chorei. Chorei que nem um bebê e isso nunca havia acontecido, sendo que eu tinha prometido para eu mesma que isso nunca ocorreria. É difícil entender o nosso coração e nossos sentimentos, mas eu realmente gostaria de entender alguma vez na vida. Talvez dessa vez fosse bom. Os porquês também seriam ótimas coisas para tentar entender.
Quem dera se fosse tão fácil.
É estranho viver com um vazio um pouco maior e sentir esse sentimento de perda, como se uma pessoa tivesse morrido e você sentisse mais falta do que seu próprio pai.
Perder é algo tão melancólico e, pela primeira vez na vida, eu estou realmente sem saber o que fazer. Não sei se arrisco, tento de novo ou se deixo pra lá, sendo apenas uma amiga e fingindo que nada aconteceu, mesmo quando o coração aperta.
É bem ruim quando você gosta muito e a pessoa não gosta nem um pouco. Mesmo que aconteça sempre, dessa vez está pior. Não pela dor, mas pelos sentimentos em si, não gosto da sensação de descobrir que eu gosto de uma pessoa mais do que já gostei de qualquer outra.
“Perder” alguém que te faz feliz, que te fez melhorar mesmo sem perceber e que você acostumou-se com seu jeito. Alguém que te encanta, sem mesmo entender.
Gostar é algo ainda maior, perto do que eu pensava que sabia. Está além de muita coisa. Os defeitos não fazem mais diferença e eu ando deixando todo o orgulho e teimosia de lado. Isso sim é bizarro, eu nunca pensei em fazer isso por ninguém. Eu realmente não ando me entendendo muito e ando ganhando um pouco mais de medos. Admito que estou com um pouco de medo até das minhas próprias atitudes, mas eu sinto que preciso de algo, que ainda falta alguma resposta, mas não sei qual. Se fosse outra pessoa eu tenho certeza que iria continuar na minha, fingindo que não tinha acontecido nada e esperaria que a pessoa corresse atrás de mim e se ela não me procurasse eu iria me afastar ainda mais, até que parecesse que não fazia mais diferença.
Eu não ando me compreendendo. Estou deixando todo o escudo contra outras pessoas de lado, isso é bem esquisito. Eu nunca me permitiria de chorar na frente dos outros, eu prenderia, mas não consigo. Assim como eu nunca soltaria todos os meus sentimentos para alguém, sabendo que é quase certo que eu me ferre no final. Me sinto um pouco babaca, mas não sei bem o que devo fazer.
No fim eu sei que receberei mais uns “eu te avisei”, mas não me incomodo. Na verdade, não ando me incomodando muito com as coisas, apenas algumas. Não me importo mais com o passado e parece que eu só queria viajar no futuro para ver como será, saber o que vai dar.
Cansei de ouvir pessoas dizendo um “deixa pra lá” e responder que eu não quero deixar de lado. Sou teimosa e sei que vai acabar sendo assim mesmo. Dizer “foda-se” para o que pode haver no futuro.
Eu não o entendo muito bem, é bem um mistério, talvez esse seja um dos motivos para eu gostar ainda mais, por mais ridículo que seja. Dizem que quando gostamos muito de alguém, nós não conseguimos entende-los, mas não acho que seja isso.
As pessoas complicam mais do que deveriam,  e digo isso até mesmo no meu caso.
Incognição, apenas um desabafo.

Inspirado no cheiro da sua mão.

Se a gente juntar com a pá migalhas e farelos, o pó e os cacos que sobraram de nós dois, acho que faz um inteiro. Será que não? E aí? Que tal? Vamos? Como soa dividir comigo essa existência idiotamente ridícula, morna, real, estúpida, bagaceira e imbecil? Vamos fazer diferente, como ninguém mais sabe fazer, só nós? Diz que vamos, vai.

Não? É tudo que preciso pra começar a te conquistar. Diz que não com os olhos cheios de esperança. Com duzentos "nãos" eu construo um castelo, uma roda gigante, uma cabaninha de lençol na sala, um altar, um amor, um sim bem grande. Com um sim entre você e eu, te roubo inteira e metade da felicidade do mundo. Diga que não, ponha uma meta no meu colo, tipo num processo de seleção feminina só pra eu provar que sou o cara.

Isso, faz assim. Se faz de labirinto quando eu me oferecer em linha reta. Diz que metade de mim, a parte amigo, tá bom, só pra me empurrar inteiro coração adentro, goela abaixo, com toda a calma do mundo. Isso, faz assim. Dá voltas e voltas e voltas na chave da tua emoção só pra eu me exibir que posso te desarmar, desarrumar sua vida e seus cabelos. Embora eu não te ame ainda, mesmo o amor não existindo, diga não e me encoraje a pôr tudo à prova.

Finge não me querer, disfarce o brilho no olhar, esconda o sorriso atrás dos cabelos, ganhe torcicolo de tanto cuidar o outro lado, mostre o cofrinho se abaixando quando eu passar rasando, fique o tempo todo pensando no jeito infalível de ganhar o Oscar de melhor "tô nem aí". Me ache chato se eu te procurar, me ache o homem da sua vida se eu sumir, me veja feio do teu lado, me veja lindo do lado das outras. Diga trocentas vezes pro espelho na sua bolsa que sou o cara mais idiota, mais engraçado, mais fajuto, mais encantador que você fingiu não gostar.

Perfeito assim. Fosse sem esses enigmas, sem esses rodeios, sem esses movimentos, sem esses contrastes eu a rejeitaria como todas as outras. Vem assim como uma onda que não se congela pra eu pegar, como uma música do Djavan. Mas alerto já que estarei esperando com os pés e o desejo de te ter pra mim descalços, esperando você se desfazer, perder energia e parar na areia, nos meus braços, no meu sofá.

Bolei um plano pra trazer você pra mim, todo inspirado no cheiro da sua mão. É mais ou menos assim: você finge me repelir como fosse eu um ex-presidiário estuprador, bagaceiro e ressentido, e eu chego arrombando sua porta, suas pernas, sua alma. Aí você se dá conta que para voar é preciso tirar o peso dos ombros, se desanda, e diz pra mim, no ouvido, com um fio de voz e outro de esperança de que seja tudo real, que isso é o maior erro do ano, que não imaginava existir tanta culpa no céu, que as pessoas ficaram mais bacanas depois que encasquetei em te querer. Tudo sorrindo mais do que seu rosto aguenta.

E devolvo, puxando com os dentes seu lóbulo, que nossa história foi escrita torta de propósito pra gente se cruzar, tudo enquanto eu babo sobre teus encantos, enquanto eu faço o sexo mais manso e mais intenso e mais irreversível e mais gostoso e mais carinhoso e mais sem camisinha e mais duradouro da sua vida, tanto que você perde seus orgasmos por birra, contrai a pélvis pra eu não gozar de pirraça, de tanta vontade de nunca mais me deixar sair de onde eu nunca deveria ter entrado.

Depois, com pequenos beijinhos e mordiscadas virando e desvirando seu corpo, virando e revirando seus olhos, convenço que os maiores amores se acertam nos erros, quando a loucura e a entrega vencem a resistência e o medo de alguma forma. Começo num beijo no canto da boca, aqueles que cabe a você decidir se acaba, ou prossegue, tá? Então, vamos? Pega na minha mão, entra no meu carro, sobe na minha garupa. Te mostro o quanto dá pra amar no caminho.
Gabito Nunes.

segunda-feira, 9 de julho de 2012

‎"Se você estiver ocupado demais para me ligar, eu vou entender. Se você não tiver tempo para me mandar mensagens, eu vou entender. Se você tiver fazendo algo mais importante e não puder me ver, eu vou entender. Se você fingir que não está nem ai pros meus sentimentos e continuar me ignorando, eu vou entender. Se você continuar desperdiçando seu tempo de vida com coisas fúteis, eu vou entender. Mas se eu parar de te procurar, aí é a sua vez de me entender."
Tati Bernardi.